terça-feira, 19 de junho de 2012



Sonho Azul

a teu bel
prazer,
Alimenta
tua
vontade,
Incorpora-me
a você,
Aranha negra
da cidade...
Devora-me,
como
queres...

Sinta
o gosto
da minha
carne,
A vida
do meu
ser
arranques,
Canibalizando-me,
sua
verdade.
(**)
Vem com a noite

Vem chegando a noite,
com ela os segredos do amor,
guardados no seu lado escuro.
Segredos de um amor ardente,
feito devagar e silencioso,
corpos , que em se entregando,
dão de si o que de mais precioso
o ser humano tem, o calor da vida
que por dentro de seus corpos corre.
Amando assim, sendo os corpos
com as mãos tateados,
com a boca cada pedaço beijado,
vamos do amor fazendo
as sutilezas, que na realidade
de sutíl não teem nada,
por que amor se faz
do jeito que a gente quer ,
da forma que vier, e onde puder.
No amor, não se é sútil,
no amor somos diferentes.

(Roldão Aires)
(**_)
ESSE TEU CORPO

QUE SONHO FOI, EM TEU
CORPO PASSEAR.
EM TEUS OLHOS FIQUEI,
A OLHAR.
DA PONTA DO TEU NARIZINHO,
ESSA BOCA LINDA, AVISTEI.
ALÉM DO TEU QUEIXO,
OS TEUS SEIOS, COMO DOIS
PONTOS ALTOS.OS ESCALEI.
QUE PAISAGEM LINDA, DALI
SE TEM.
A PLANÍCIE DO TEU VENTRE.
ADIANTE, DUAS CADEIAS,
DE ENCATADORAS PERNAS,
QUE SE ESTENDEM.
TERMINANDO NA EXTREMIDADE
ALTA, DOS TEUS PÉS.
AO RETORNAR, EM TEUS CABELOS,
QUIS FICAR.
PASSEAR EM SUAS ONDAS, POR
ESSES FIOS LISOS DESLIZAR.
NESSA TEIA, QUE ELES SÃO,
QUERO ALI PRESO FICAR.
EM TEUS CABELOS, OS TEUS
OLHOS VEJO.
TEUS OUVIDOS, ME ESCUTAM,
E PERTO DESSA BOCA, QUERO
SEMPRE ESTAR, PARA TODO
MOMENTO, A PODER SENTIR, E
BEIJAR.
(ROLDÃO AIRES)
(*__*)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso

Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso...

Mário Quintana

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