sábado, 17 de maio de 2014

geometria de posição
paralelismo
desde a origem
alelos aos pares
ou não
moldam a nossa feição

vivemos paralelamente
com apenas convergência
olhando na mesma direção
sem olharmos uns para o outros
mantendo-se equidistante
das trajetória vitais
ou projetando encontros no infinito
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há quem diga que a vida da gente é um nada no mundo
é uma ponta é um tempo que nem dá pum segundo
há quem fale que é um divino mistério profundo
é sopro do criador numa atitude repleta de amor
Luiz Gonzaga Junior
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essa  humanidade consciente é o dado mas estranho de nosso tempo
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Com Medo de Ser Feliz
Flávio Gikovate
o encontro amoroso pleno é o sonho da maioria das pessoas que tenho conhecido
e como são poucas as que chegam lá
será por coincidência ?
serão de fato as dificuldades externas obstáculos de todo o tipo que impedem a realização do amor
não acredito em nada disso
penso que existe um fator antiamor presente dentro da nossa mente
esse fator é o medo  ,medo derivado de várias fontes  a mais óbvia delas é o medo da dependência sim porque é absolutamente impossível  amar sem depender sem ficar na mão do ser amado
se ele fizer mau uso da nossa dependência acabará nos impondo grandes sofrimento e dor
é por isso que muitas pessoas preferem renunciar  á entrega amorosa
prefere ser amadas em vez de amar pode parecer esperteza mas na realidade trata-se de covardia
além da dependência há vários  medos relacionados  á experiência do amor vou me dedicar a mais um talvez mais importante do que o outro é o  medo da felicidade sim porque nada faz uma pessoa tão feliz quanto a realização amorosa
quando estamos ao lado do amado a sensação é de plenitude de paz
o tempo poderia parar naquele ponto pois todo os nossos desejo foram satisfeitos no entanto logo depois da euforia surge a inquietação acompanhada de um nervosismo vago e indefinido parece que alguma desgraça está a caminho aproximando -se a passos de gigantes
temos a impressão  de que é impossível preservar tamanha felicidade não  adianta nem mesmo seguir os rituais supersticiosos bater na madeira fazer figa
alias tais atitude derivam justamente da incredulidade que nos domina quando as coisas estão indo bem demais em qualquer setor da vida
deixando de lado as importantes questões teóricas relacionadas a existência desse temor podemos dizer  que o medo da felicidade tem como base o receio de sua futura perda
quanto mais constante é realizado nos sentimos tanto mais provável no parecer o fim desse estado de graça segundo um estranho raciocínio as chances de acontecerem coisas dolorosas e frustrante aumentam muito quando estamos felizes
o perigo cresce proporcionalmente á alegria dessa forma a sensação de plenitude vai se acoplando um enorme medo pânico mesmo então  que fazemos afastamos -nos deliberadamente da felicidade
cometemos bobagem de todo o tipo arrumamos um modo de magoar as pessoas amada de inventar problema que não existem ou exageramos a importância dos pequenos obstáculo escolhemos parceiros inadequados prejudicando as vezes outra área importante
da vida saúde trabalho para reduzir os risco de uma hipotética tragédia  procuramos um jeito de apagar nossas alegria enfim criamos uma dor menor com objetivo de nos proteger de uma suposta dor maior o medo de perder o que se alcançou existe em todo nos porém gostaria de registrar com ênfase que a felicidade não aumenta nem diminui a chance de fatos negativos acontecerem trata -se apenas de um processo emocional muito forte mas que não corresponde a verdade
felicidade não atrai tragédia ! é só uma impressão psíquica.
o que fazer para nos livrarmos dessa vertigem simbólica que torna a queda inevitável como sair do impasse e ter força para enfrentar o amor
só  há uma saída já que não se conhece a cura do medo da felicidade
é preciso diminuir o medo da felicidade
é preciso diminuir o medo da dor
assim ganharemos coragem para lidar com situações que geram alegria e prazer
perder o receio de sofrer é necessário até porque a felicidade poderá de fato acabar não tem cabimento porém deixar de experimenta-la pensando apenas nessa eventualidade

todo o indivíduo que andar a cavalo estará sujeito a cair só terá certeza de evitar acidente quem nunca montou isso! repito é covardia e  não esperteza reconhecer em si forças suficiente para suportar  queda e ter energia para reerguer mostra coragem e serenidade uma pessoa é forte quando sabe vencer a dor
trata´-se de um requisito básico para o sucesso em toda as áreas da vida inclusive  no amor
ninguém gosta de sofrer mas não é moralista religioso dizer que superar a frustações é conquista mais importante para quem quer ser feliz
você deseja a realização de seus sonhos?  então tem de correr o risco de cair e se sentir capaz de sobreviver a dor do amor!
a euforia do amor realização em geral é transitória logo depois surge a inquietação de perder a felicidade
é preciso preserva-la aprender a não ter receio de enfrentar as frustações decorrentes da dor
DR.Flávio  Gikovate é médico psiquiatra diretor do instituto de psicoterapia de SP
autor de vários livros entre eles ser livre e homem ,o sexo  frágil
Claudia S/P ABRIL abr :1993,p1.50
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um olhar acima das aparências
não existe nada neste planeta mais adorável que uma flor nem nada mais essencial que uma planta
a verdadeira matriz da vida humana é o relvado de que se veste a mão terra
sem plantas verdes não poderemos respirar nem comer .
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antes de aprendermos a ficar em pé é preciso aprendermos a cair
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luz do sol
que as folhas traga e traduz
em verde novo em folha de graça
em vida em força
em luz
Caetano veloso
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se estudas a natureza somente nos livros quando saíres da tua casa não a reconhecerás
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eu sou a luz fecunda alma da natureza sou o vivo alimento á vida criação
deus lançou-me no espaço
 minha realeza vai até onde vai meu vivido
machado de assis
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terra
os grandes ecossistemas da terra
terá terra
pois mais distante
o errante navegante
quem jamais te esqueceria?
de onde nem o tempo nem espaço
que a força mande
coragem pra gente te dar  carinho
durante toda a viagem
que realiza no nada
através do qual carrega
o nome da tua carne
terra terra
[terra Caetano veloso}
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sou como a água
nenhuma barreira
poderá represar-me
e impedir que me torne um oceano
se me fecharem toda as saída eu me infiltrarei no subsolo
permanecerei oculto por algum tempo mas não tradarei a reaparecer
sem me impedirem também de penetrar no subsolo
eu me transformarei em vapor
formarei nuvens e cobrirei o céu e chegando a hora atirarei furacão provocarei relâmpago
desabarei e romperei qualquer disque e serei finalmente um grande oceano
uma coisa aprendi durante a minha vida sofrer não é a pior coisa que existe
desobedecer a Deus é a pior de todas as coisas.











quem sou eu?
onde está você?
onde você está?
estou aqui!
eu estou aqui!
mas daqui a pouco eu não estarei mais aqui mamãe não pensou bem quando me fez e agora irá me tirar daqui
não sei bem o motivo só sei que ainda não estou pronto para nascer mas mamãe não quer que eu nasça mesmo?
pode ser porque eu haveria de ficar na rua passando fome
ou sendo espancada em casa
quem sabe? mamãe não me quer mesmo  acha que quando eu crescer
só vou dar trabalho e por isso resolveu matar-me
enquanto pequeno pois ela sabe que não tenho nenhuma defesa
apenas dependo dela para minha sobrevivência
se eu nasço e cresço depois ela não pode me matar pois poderá ser presa ou coisa pior
o mais conveniente é liquidar comigo agora porque depois ela poderá desfrutar de sua liberdade
sem eu para atrapalhar
quem sou eu? sou mais uma criança que implora para nascer e não sou atendida sou mais um ninguém no banco dos réus sem vez
eu sou mais uma vítima desse mundo de hoje mais uma vítima das brincadeiras dos jovens
mas dessa brincadeira não vou participar pois já não vivo pois ninguém
se lembrará mais de mim..
muito menos "minha mãe"
Ana Carolina de araujo 16 anos
feto com seis semana de vida
***
lábios fumam...

coração sofre!
o menino tira o cigarro da boca !
menino
tira o cigarro da boca
não envolva o teu sorriso
são no fumo da ilusão
na tua boca úmida de vida
não coloques a cinza poluída
menina
tira o cigarro da boca
de teus lábios de sol
e madrugada afasta a destruição
afasta o nada
cigarro não tem qualquer sentido
e teus lábios de orvalho colorido
tira o cigarro da boca
não perturbes a vida preciosa
com uma ilusão perigosa
tua vida
merece tal respeito
tal consideração
que lhe deves poupar
toda a agressão
menino
tira o cigarro da boca
tira o cigarro da vida
da tua vida menino
Maria Natalia Miranda

*****
você
mar de água calma que balança com a brisa do teu olhar
violino mais sensível que me inebria e faz sonhar
feixe de luz que penetra  na sombra do meu viver
céu de um azul tão azul que me faz um ser azul
vinho de primeiríssima safra que me faz saborear o paladar pleno do viver
a pétala da flor acariciada pela gota brilhante do orvalho
música de melodia tão  suave que me faz pular cavalgar e voar
você expressão de uma natureza em equilíbrio parece um sonho
infantil que quanto mais penso nele mais intenso ele fica
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das tuas água tão verdes nunca mais me esquecerei meus lábios mortos de sede para as ondas inclinei
dos teus horizontes  quietos nunca mais me esquecerei por longe que andas estou perto
sede em ti me encontrei
foste o campo nas floresta por onde me dissipei
***
para escrever  eu devo colocar os meus olhos nos teus olhos  e me ver e te ver  com os meus olhos nos teus olhos
Hermínio Sargentim
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LIVRE
abri os olhos
o sol quente  batia em minha janela
os carros os ónibus faziam arruaça
minha pernas se estenderam ao máximo
estiquei os braços como quem deseja alcançar o infinito
a cama grande me permitia movimento amplos
o lençol me incomodava
retirei-o
o travesseiro me incomodava
retirei-o
a camisola me incomodava
estava livre
dona de todo o universo
não via ninguém só ouvia ruídos
que não me afligiam
era toda silêncio
era toda preguiça
era toda
Fátima Rodrigues 15 anos
***
a vida é o dia de hoje
a vida é o ar que mal soa
a vida é nuvem que soa
a vida é sonho tão leve
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai
a vida dura um momento
mais leve que o pensamento
a vida leva-a o vento
a vida é folha que cai
a vida é flor na corrente
a vida é sopro suave
a vida é estrela cadente
voa  mais leve que a ave
nuvem que o vento nos mares
uma após a outra lançou
a vida pena caída
da asa da ave ferida
de vale em vale impelida
a vida o vento a levou
**

fato simultâneo
quando chove sobretudo  a noite
o vale se transforma o vento engrossa o voo
as árvores beijam o chão
a terra se converte em lama
as cobras assustadas invadem a estrada
no canal o lodo movediço rola ao peso da água
fechando em casa os homens escoram as paredes com os corpos
o mundo sem estrelas totalmente negro não permite que se veja a mão posta adiante dos olhos
enlouquecidas as serpente mordem as raízes descobertos embrulham -se na luta e na lama como se
fosse um nó
Adonias memória de lázaros