sábado, 17 de maio de 2014

lábios fumam...

coração sofre!
o menino tira o cigarro da boca !
menino
tira o cigarro da boca
não envolva o teu sorriso
são no fumo da ilusão
na tua boca úmida de vida
não coloques a cinza poluída
menina
tira o cigarro da boca
de teus lábios de sol
e madrugada afasta a destruição
afasta o nada
cigarro não tem qualquer sentido
e teus lábios de orvalho colorido
tira o cigarro da boca
não perturbes a vida preciosa
com uma ilusão perigosa
tua vida
merece tal respeito
tal consideração
que lhe deves poupar
toda a agressão
menino
tira o cigarro da boca
tira o cigarro da vida
da tua vida menino
Maria Natalia Miranda

*****
você
mar de água calma que balança com a brisa do teu olhar
violino mais sensível que me inebria e faz sonhar
feixe de luz que penetra  na sombra do meu viver
céu de um azul tão azul que me faz um ser azul
vinho de primeiríssima safra que me faz saborear o paladar pleno do viver
a pétala da flor acariciada pela gota brilhante do orvalho
música de melodia tão  suave que me faz pular cavalgar e voar
você expressão de uma natureza em equilíbrio parece um sonho
infantil que quanto mais penso nele mais intenso ele fica
**
das tuas água tão verdes nunca mais me esquecerei meus lábios mortos de sede para as ondas inclinei
dos teus horizontes  quietos nunca mais me esquecerei por longe que andas estou perto
sede em ti me encontrei
foste o campo nas floresta por onde me dissipei
***
para escrever  eu devo colocar os meus olhos nos teus olhos  e me ver e te ver  com os meus olhos nos teus olhos
Hermínio Sargentim
**
LIVRE
abri os olhos
o sol quente  batia em minha janela
os carros os ónibus faziam arruaça
minha pernas se estenderam ao máximo
estiquei os braços como quem deseja alcançar o infinito
a cama grande me permitia movimento amplos
o lençol me incomodava
retirei-o
o travesseiro me incomodava
retirei-o
a camisola me incomodava
estava livre
dona de todo o universo
não via ninguém só ouvia ruídos
que não me afligiam
era toda silêncio
era toda preguiça
era toda
Fátima Rodrigues 15 anos
***
a vida é o dia de hoje
a vida é o ar que mal soa
a vida é nuvem que soa
a vida é sonho tão leve
que se desfaz como a neve
e como o fumo se esvai
a vida dura um momento
mais leve que o pensamento
a vida leva-a o vento
a vida é folha que cai
a vida é flor na corrente
a vida é sopro suave
a vida é estrela cadente
voa  mais leve que a ave
nuvem que o vento nos mares
uma após a outra lançou
a vida pena caída
da asa da ave ferida
de vale em vale impelida
a vida o vento a levou
**

fato simultâneo
quando chove sobretudo  a noite
o vale se transforma o vento engrossa o voo
as árvores beijam o chão
a terra se converte em lama
as cobras assustadas invadem a estrada
no canal o lodo movediço rola ao peso da água
fechando em casa os homens escoram as paredes com os corpos
o mundo sem estrelas totalmente negro não permite que se veja a mão posta adiante dos olhos
enlouquecidas as serpente mordem as raízes descobertos embrulham -se na luta e na lama como se
fosse um nó
Adonias memória de lázaros










Nenhum comentário:

Postar um comentário