sábado, 2 de junho de 2012

Quero escrever o borrão vermelho de sangue

Quero escrever o borrão vermelho de sangue
com as gotas e coágulos pingando
de dentro para dentro.
Quero escrever amarelo-ouro
com raios de translucidez.
Que não me entendam
pouco-se-me-dá.
Nada tenho a perder.
Jogo tudo na violência
que sempre me povoou,
o grito áspero e agudo e prolongado,
o grito que eu,
por falso respeito humano,
não dei.

Mas aqui vai o meu berro
me rasgando as profundas entranhas
de onde brota o estertor ambicionado.
Quero abarcar o mundo
com o terremoto causado pelo grito.
O clímax de minha vida será a morte.

Quero escrever noções
sem o uso abusivo da palavra.
Só me resta ficar nua:
nada tenho mais a perder.


Clarice Lispector

Se tudo existe é porque sou.

amor coraçao entre o mundo e a razão.

  entre a mansidao do universo
feito magia e constelação.
entre a luz do sol
 nas mais lindas

manhãs claras.

entre laços de cetim

rosa,amarelo

azul,carmim 

com luzes brilhantes

num pedacinho de amor

carinho

ternura.


 
O amor de verdade não é uma fuga da solidão,
o amor de verdade é uma solitude abundante.
A pessoa está tão feliz em ficar sozinha
que tem vontade de compartilhar.
A felicidade sempre quer compartilhar.
Ela é excessiva, não pode se conter,
como a flor não pode conter sua fragrância —
ela tem que se espalhar pelo ar.

Osho
 
O mágico nunca conta os seus segredos.
O poeta nunca explica uma entrelinha.


Rita Apoena

Nenhum comentário:

Postar um comentário