a joia
Diz o incauto: que fria
maravilha! Que fria
orvalhada translúcida! Que frio
artefacto sem jaça!
De que neve nasceu, à luz
de que lua polar, de que polidas
superfícies da morte?
Que relva de açucenas
reclinou, que gratuitos
nimbos etéreos pervagou,
antes de talhada em facetas?
Diz o incauto. E ignora
que esse duro diamante
- amarga amêndoa, câncer
da terra - em cujo
seio a tribulação
seu cajado plantou,
esse diamante duro
de seiva, é um círculo
de fogo, fogo surdo,
fogo do eterno, aprisionado
à coação do minuto.
Henriqueta Lisboa
(in Azul Profundo)
maravilha! Que fria
orvalhada translúcida! Que frio
artefacto sem jaça!
De que neve nasceu, à luz
de que lua polar, de que polidas
superfícies da morte?
Que relva de açucenas
reclinou, que gratuitos
nimbos etéreos pervagou,
antes de talhada em facetas?
Diz o incauto. E ignora
que esse duro diamante
- amarga amêndoa, câncer
da terra - em cujo
seio a tribulação
seu cajado plantou,
esse diamante duro
de seiva, é um círculo
de fogo, fogo surdo,
fogo do eterno, aprisionado
à coação do minuto.
Henriqueta Lisboa
(in Azul Profundo)
"Tu és como rosto das rosas: diferente em cada pétala.
Onde estava o teu perfume?
Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos e o mundo inteiro ficou feliz.
Eu, só eu, encontrei a gota de orvalho que te alimentava, como um
segredo que cai do sonho..."
Cecília Meireles
Onde estava o teu perfume?
Ninguém soube.
Teu lábio sorriu para todos os ventos e o mundo inteiro ficou feliz.
Eu, só eu, encontrei a gota de orvalho que te alimentava, como um
segredo que cai do sonho..."
Cecília Meireles
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