segunda-feira, 18 de abril de 2011

Com voz vibrante e cheia de amor, ensinou Jesus o mais belo cântico de amor:


- Bem-aventurados os pobres de ambições escuras, de sonhos vãos, de projetos vazios e de ilusões desvairadas, que vivem construindo o bem com o pouco que possuem, ajudando em silêncio, sem a mania da glorificação pessoal, atentos à vontade do Senhor e distraídos das exigências da personalidade, porque viverão sem novos débitos, no rumo do Céu que lhes abrirá as portas de ouro, segundo os ditames sublimes da evolução.

Bem-aventurados os mansos, os delicados e os gentis sem reclamação e sem gritaria, suportando a maledicência e o sarcasmo, sem ódio, compreendendo nos adversários e nas circunstâncias que os ferem, abençoados aguilhões do socorro divino, a impeli-los para diante, na jornada redentora, porque realmente serão consolados.

Bem-aventurados os mansos, os delicados e os gentis que sabem viver sem provocar antipatias e descontentamentos, mantendo os pontos de vista que lhes são peculiares, conferindo, porém, ao próximo, o mesmo direito de pensar, opinar e experimentar de que sentem detentores, porque, respeitando cada pessoa e cada coisa em seu lugar, tempo e condição, equilibram o corpo e a alma, no seio da harmonia, herdando longa permanência e valiosas lições na Terra.

Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça. Aguardando o pronunciamento do Senhor, através dos acontecimentos inelutáveis da vida, sem querelas nos tribunais e sem papelórios perturbadores que somente aprofundam as chagas da aflição e aniquilam o tempo, trabalhando e aprendendo sempre com os ensinamentos vivos do mundo, porque, efetivamente, um dia, serão fartos.

Bem-aventurados os misericordiosos, que se compadecem dos justos e dos injustos, dos ricos e dos pobres, dos bons e dos maus, entendendo que não existem criaturas sem problemas, sempre dispostos à obra de auxilio fraterno a todos, porque no dia de visitação da luta e da dificuldade receberão o apoio e a colaboração de que necessitem.

Bem-aventurados os limpos de coração que projetam a claridade de seus intentos puros sobre todas as situações e sobre todas as coisas, porque encontrarão a “parte melhor” da vida, em todos os lugares, conseguindo penetrar a grandeza dos propósitos divinos.

Bem-aventurados os pacificadores que toleram sem mágoa os pequenos sacrifícios de cada dia, em favor da felicidade de todos, que nunca atiçam o incêndio da discórdia com a lenha da injuria ou da rebelião, porque serão considerados filhos obedientes de Deus.

Bem-aventurados os que sofrem a perseguição ou a incompreensão, por amor à solidariedade, à ordem, ao progresso e a paz, reconhecendo, acima da epiderme sensível, os sagrados interesses da Humanidade, servindo sem cessar ao engrandecimento do espírito comum, porque, assim, se habilitam à transferência justa para as atividades do Plano Superior.

Bem-aventurados todos os que forem dilacerados e contundidos pela mentira e pela calúnia, por amor ao ministério santificante do Cristo, fustigados diariamente pela reação das trevas, mas agindo valorosos com paciência, firmeza e bondade pela vitória do Senhor, porque se candidatam, desse modo, à coroa triunfante dos profetas celestiais e do próprio Mestre que não encontrou, entre os homens, senão a cruz pesada, antes da gloriosa ressurreição.

A essa altura, o iluminado pregador passeou o olhar percuciente e límpido sobre o nosso grupo e, finda a ligeira pausa, fixou nos lábios amplo e belo sorriso, rematando serenamente:

- Rejubilem-se, cada vez mais, quantos estiverem nessas condições, porque, hoje e amanhã, são bem-aventurados na Terra e nos Céus...

Em seguida, retomou o passo leve para a frente, deixando-nos na estranha quietude e na indagação imanifesta de quem se dispõe a pensar.



pelo Espírito Irmão X
Do livro: Relicário de Luz
Médium: Francisco Cândido Xavier

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